segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Suicídio

Aqui há uns tempos, eu e o Buck, tivemos uma reunião com o nosso editor. Entre muitas outras coisas, o indivíduo queria discutir connosco o facto dos textos do blog referirem apenas assuntos fundamentais para a humanidade. Propôs-nos que tratássemos temas mais triviais como a falta de um sistema de ensino capaz de formar profissionais competentes ou a diferença do poder económico existente entre os países industrializados e os de terceiro mundo, pois, no seu entender, seria mais profícuo para o blog. Claro que tanto eu como o Buck não aceitamos a proposta, pois preferimos ter apenas quinze mil exemplares do nosso livro vendidos do que nos submetermos a uma censura deplorável. Posto isto, o homem tentou suicidar-se. Começou a engolir comprimidos como se não houvesse amanhã. Telefonei para o 112, mas a ajuda foi complicada. A mulher da linha de emergência tinha uma voz extremamente sexy e eu não conseguia perceber nada do que ela dizia.
O nosso editor recuperou depois de uma semana no hospital. E agora eu pergunto: por que razão ele não tenta outra vez?! A vida melhorou?! Não me parece...
Em conversa com uma psicóloga amiga minha, explicado o caso, ela referiu que aqueles que se tentam suicidar e não conseguem, geralmente apenas querem atenção e não querem pôr termo à vida. Ora, se assim é, se só querem atenção, por que razão não depilam todos os pêlos do corpo, vestem um fato de ciclista e vão para o trabalho de capacete e Isostar em punho em vez de estar uma semana no hospital a gregoriar cápsulas?!

Nota final: querida Kitty, se tiveres uma amiga ainda te posso ajudar.
Nota que não era suposto estar aqui mas algures integrada no texto: não devemos negligenciar as mulheres da linha de emergência. É uma área em franco progresso.

Verba volant, scripta manent.