quarta-feira, janeiro 19, 2005

Nostalgia

Num destes últimos dias, enquanto vasculhava uma gaveta à procura do Novo Dicionário do Português Contemporâneo da Coimbranuncamais Ed. ( tinha uma dúvida sobre o significado de arifu ) encontrei algo surpreendente: um postal de aniversário que umas tipas me tinham dado aquando do meu 16º aniversário. É engraçado como a nossa memória é tão selectiva. Facilmente apagamos ficheiros corrompidos. Escreveram-me umas quantas quadras referindo alguns aspectos mais relevantes sobre a minha pessoa. Passo a transcrever todo o conteúdo do postal:

“Logo que te vimos
Sabíamos que eras o tal
Aquele que nos iria chatear
Com anedotas de irritar

Não podíamos imaginar
Que alguém com esse ar
Pudesse ser tão convencido
E ao espelho se idolatrar

Mas no fundo, no fundo
Tu és bom rapaz
Quando nos sentimos tristes
És aquele que alegria nos traz

Muitos parabéns! Beijinhos Reta e Ziza.” sic

Ora, é importante referir ao estimado leitor que dias mais tarde comecei a frequentar uma delas. Qual? Já não me lembro bem. É, portanto, complicado entender a direcção que as mulheres tomam. É complicado para o ser humano entender uma tentativa de relação depois desta declaração. Cada vez mais sou da opinião ( e nestes últimos anos tenho constatado isso mesmo ) que o lado feminino não é muito adepto de homens muito “queridinhos”. Sempre que vejo um homem sucumbir ao diálogo melífluo de uma mulher constato que este último é alvo de zombaria na próxima reunião feminina e, dias mais tarde, deixado na berma da estrada. Agora atentemos na última quadra. Porquê “no fundo, no fundo / Tu és bom rapaz”? Porquê só no fundo?! Incompreensível!

Para terminar quero deixar uma palavra de agradecimento à querida Kitty que teve a gentileza de comentar o post Frustração. Aquelas reticências deixam muito a desejar...

Verba volant, scripta manent.

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Tunas Estudantis – O regresso

Para retirarmos falsas ilusões aos nossos estimados leitores, principalmente à perspicaz Borboleta, aqui vai:

- A questão não é pertinente;
- A tuna não é acima de tudo um grupo musical;
- Um grupo musical não servecomo lazer;
- Um grupo de pessoas a estudar no mesmo sítio não é qualquer coisa em comum, é uma coincidência;
- Com 2,3% de álcool no sangue todos os laços ficam apertados;
- Esclarecido? Ah! Não!

Nota: Para quem se quiser dar ao trabalho, veja os comentários ao post homónimo, quer dizer, mais ou menos homónimo, porque não é bem bem homónimo, porque para ser homónimo tinha que ter o mesmo nome, que é isso que quer dizer homónimo, que é “o mesmo nome”, porque vem do grego, homoios, que quer dizer “o mesmo”, e ónoma, que quer dizer “nome”, portanto, “o mesmo nome”, por isso é que não é bem homónimo, porque se fosse homónimo tinha o mesmo nome. E não tem, porque este chama-se “Tunas Estudantis – O regresso” e o outro “Tunas Estudantis”, portanto, para serem homónimos ou este se chamava “Tunas Estudantis” ou o outro se chamava “Tunas Estudantis – O regresso”. Ora não é isso que acontece. Mas também não é bem o contrário, porque no fundo têm o mesmo nome, não é é bem igual. Porque o outro tem duas palavras e este quatro, sem contar com o hífen. Mas o hífen não é palavra, por isso não interessa muito. Porque as duas palavras a mais que este tem não contam muito, porque é só um acrescento. Ora, um acrescento não conta muito, porque é só acrescentar a uma coisa que já lá estava. E isso conta? Não! Depois de esclarecido este assunto, podemos avançar.
Saudações qualquer coisa:
Badoix e Buck

sábado, janeiro 08, 2005

Tunas Estudantis

Vivo atormentado por um problema bastante sério e espero que me consigam ajudar. Num destes últimos dias encetei um diálogo com um estudante de Coimbra pertencente a uma tuna universitária tendo em vista a resolução do meu problema, mas, para meu espanto, não fiquei muito elucidado. Estava ele a falar-me de um blog que estava a fazer muito sucesso, pois falava de Coimbra e de umas cintas adelgaçantes, quando, de repente, cheio de intrepidez, interrompo o discurso dele e pergunto:

– Diz-me a verdade sobre este assunto: qual a utilidade de uma tuna académica?
– Ora bem, uma tuna académica tem uma utilidade enorme numa cidade como Coimbra. Mas perguntaste a utilidade, não foi? Ora bem, portanto...
( Umas horas depois )
– É como eu te digo, tem muita utilidade. Foi utilidade que perguntaste, não foi?

Toda esta situação seria perfeitamente evitável se eu não tivesse perguntado nada. A dúvida subsiste. Fico à espera de ajuda.

Verba volant, scripta manent.
Badoix

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Em Busca de Eva

Vim aqui pôr um ponto final nos mexericos que têm vindo a agitar a blogosfera nas últimas semanas. Sim, é verdade, eu, Buck Naked, já tive uma namorada. Mas o desenlace desse romance não foi tão trágico como o têm vindo a pintar alguns bloguistas menos conscienciosos (i’m not naming names). Na verdade foi um caso excepcionalmente desconstrucionista. Já verão.
Estava a jantar com o referido atrelado num restaurante quando entra um grupo composto por sete miúdas: três loiras, três morenas e um exemplar genuíno desse fruto requintado que são as ruivas. Jovens, frescas, saudáveis... Uma cifra tão mágica não podia deixar de ser um sinal, um wake-up call. Dei por mim a pensar: “Porque é que tu não podes ser assim... muitas...? Espera lá... mas tu podes ser muitas.” E é aqui que os relatos divergem nas mais desvairadas direcções. Uns dizem que lhe dei com os pés, outros que a traí... quando, na verdade, não se tratou de traição ou de abandono, mas, bem pelo contrário, da procura da sua (dela) identidade na multiplicidade de caracteres, da unidade na alteridade. Em direcção a Eva. Em direcção à rata.
B. Naked